O mundo de Verônica, os quebra-cabeças e a depressão

Hoje o assunto é sério
Mas com certeza espero ajudar pessoas que passam pela mesma situação

Posso chama-la de chata, pois tive depressão há mais de cinco anos e ela se foi. Ainda bem!

Pesquisei muito, li artigos da Harvard, blogs de psiquiatria, tentei contato, infelizmente sem sucesso com a fundação McArthur, sobre um estudo deles com quebra-cabeça, além de falar com a Anne Willians, escritora de 3 livros sobre quebra-cabeça, (“Jigsaw Puzzles: Illustrated History, Price Guide”, “The Jigsaw Puzzle: Piecing Together a History” e “The Art of the Puzzle”), mas faço outro post sobre isso, pois acredito que ouvir a experiência que descrevo a seguir pode ser bastante reveladora!

A sugestão desse artigo foi da Luiza Figueiredo que me apresentou uma doce menina chamada Verônica, 29 anos, que na época de nosso encontro convivia com a doença há 8 meses, e queria muito compartilhar suas emoções e ajudar outras pessoas.

Puzzle Me - O Mundo de Verônica

O mundo de Verônica

Puzzle Me: Como começou sua relação com os puzzles?
Verônica: Eu tinha 18 anos, eu estava passeando em um shopping e entrei em uma loja de brinquedos, quando cheguei a sessão dos quebra-cabeças vi o Fundo do Mar da Grow, com 3000 peças e achei lindo, não resisti e comprei. Quando eu comecei a montar vi que ficava feliz com o resultado e nunca mais larguei essa paixão!

Puzzle Me: Você já me disse que a depressão chegou há 8 meses. Você tem acompanhamento médico e teve alguma indicação médica para fazer os quebra-cabeças?
Verônica: Eu tenho acompanhamento médico há 8 meses e é um processo longo. Eu disse as minhas médicas que eu deixava de sair de casa para ficar montado meus QC’s e que eram uma das minhas atividade preferidas, quando eu mais ficava feliz, então elas me indicaram que eu continuasse a montar meus quebra-cabeças, onde eu teria momentos de tranquilidade, concentração e não lembraria da doença.

Puzzle Me: Você acredita que depois da indicação médica os quebra-cabeças te ajudaram ainda mais?
Verônica: Depois da depressão eu percebi que montar quebra-cabeça é algo valioso para mim. Com a terapia e as pessoas que me ajudam e com a Luiza, eu voltei a perceber o quanto valioso eles eram. É como ler um livro! Você faz uma viagem para um lugar novo, uma nova história…

“Quando você monta um quebra-cabeça você entra em um outro universo. É uma das terapias que mais me ajuda!

É maravilhoso passar horas sem pensar na depressão.

Eu acho que sempre terá a indicação médica, pois os quebra-cabeças são uma atividade muito produtiva e trazem muitos beneficios. Eles para mim são um ponto de fuga quando me sinto ansiosa. Sento, me concentro e vou montando e isso me faz feliz!”

No meio da conversa falamos sobre os altos índices de pessoas com depressão e ela é muito mais comum do que se imagina. De acordo com dados do sistema de mortalidade do Datasus, em dezesseis anos houve crescimento de 705% no número de mortes por depressão. Além disso, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo são depressivas. Um dado alarmante.

Então a Verônica me contou um pouco da sorte que tem, faz acompanhamento médico com duas médicas excelentes, além de pessoas que a ajudam e cuidam dela e afirma: “Sozinha eu não conseguiria”.

Puzzle Me - O Mundo de Verônica

Puzzle Me: Quando você entra neste novo universo, quais são suas sensações, o que te encanta mais, a imagem, uma caixa nova?
Verônica: Me sinto como uma criança, ganhando um presente que ela sempre desejou. Tudo no quebra-cabeça para mim é valioso, desde tirar o plástico da caixa (que é o que eu mais gosto de fazer. Rs!), a imagem, a qualidade e formatos das peças, a história que vem na caixa sobre a imagem ou o local… TUDO!

Eu já começo a viajar nesta história, desde a imagem, vou separando as peças por formato/cor, deixo tudo muito bem organizado, sou super metódica! Normalmente começo pela borda, para saber o tamanho que vai ficar. Eu tenho minhas técnicas de montagem e normalmente começo pelo céu, que é a parte mais fácil e vou dando continuidade!

É como ler um livro, você entra na personagem e começa a viver uma história. E cada peça que você monta é um prazer inenarrável é maravilhoso! Você vai vendo aquilo se montando.

E nesta situação em que me encontro é como ganhar o dia, pois são tantas horas ruins, tantos dias ruins, que quando eu estou montando sei que terei aquele dia mais tranquilo, um pouco mais feliz, um pouco mais realizada.

“Hoje eu posso compartilhar com as pessoas esse prazer. Estou amando falar! É libertador!”

Puzzle Me: Você monta sozinha?
Verônica: Sim, mas já mandei um amigo embora de casa porque ele encontrou uma peça que eu passei semanas procurando! Eu estava no meio do Bombardeio em Angel de 5000 peças, ele chegou, olhou e colocou a peça no lugar! Mandei ele embora! (Risos!)

Espero que esse artigo possa ajudar aqueles que procuram, além de ajuda médica, terapias alternativas como o quebra-cabeça é para a Verônica.

Vale lembrar que depressão é uma doença séria e se você esta passando por isso, procure ajuda! O que posso dizer é um ditado da minha amada avó: “Não há mal que sempre dure, não há bem que nunca acabe!”

Verônica eu gostaria de te agradecer imensamente pela oportunidade de entrar no seu mundo e me deixar compartilhar ele aqui no Puzzle Me! Eu te desejo muitas felicidades, como já te disse e repito… tem muita coisa boa nessa vida para você!

E você também pode deixar seu comentário para a Verônica!

Um abraço,

[icon icon=icon-puzzle-piece size=20px color=#4A276B] Petras

 

1 comment

    Hola veronica me puede me ayudar
    Vivo en sao paulo en paraiso estou con dificuldade montar un puzzle . Vos me ayudaria

    Me llamo eduardo dip

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