Quebra-Cabeça – Juntando as peças da história

Com mais de 250 anos de história, jogo já apareceu até em um clássico do cinema!

Anne D. Williams autora do livro The Jigsaw Puzzle

Você já montou um quebra-cabeça? Nunca?

O Jigsaw Puzzle, como é chamado em inglês, não foi criado com o objetivo de ser um passatempo, mas para ajudar nas aulas de geografia.

O nome deriva do modo como ele foi criado, já que jigsaw é um tipo de serra que corta as peças, principalmente as de madeira. Por volta de 1760, John Spilsbury, em Londres, fez o primeiro quebra-cabeça usando madeira e desenhos de mapas. O enigma foi criado para ser um material didático, um atlas interativo.

“Há comentários de que o quebra-cabeça foi inventado antes, mas não há uma evidência definitiva sobre o assunto. Os primeiros criados representavam o mapa da Inglaterra, onde cada região era uma peça, ou o mundo, onde cada continente era uma peça” afirma Anne D. Williams, autora do livro The Jigsaw Puzzle – Piecing together a history.

Mas o inglês nem sequer poderia imaginar que, dois séculos e meio depois, o produto que criara ganharia desenhos de todos os tipos, milhares de peças e apareceria até na forma vertical. Muito menos que seria utilizado por reféns e também ajudaria a superar uma das piores crises econômicas mundiais de toda a história.

O ‘boom’

No início, cada quebra-cabeça era feito manualmente. Por causa do tempo que levava para ser feito e da matéria-prima, o produto era caro. Caro demais para deixar livre, leve e solto nas mãos de crianças. Só bem após 1789 (leia-se Revolução Industrial), o processo de fabricação passou a ser mais rápido, e a descoberta de novos materiais transformou o quebra-cabeça em um produto mais acessível. Segundo Anne Williams, o quebra-cabeça teve dois grandes momentos de ‘boom’, na Europa e nos Estados Unidos. E ambos estão condicionados ao fator financeiro.

De 1907 a 1910, os artesãos aumentaram a produção, ao notarem que poderia se tornar em uma grande fonte de renda. A segunda ‘febre’, revela a autora, foi no início de 1930. Depois da Grande Depressão de 1929, o jogo passou a ser uma saída para as pessoas esquecerem seus problemas momentaneamente. “As pessoas faziam o quebra-cabeça para ter a sensação de satisfação”, diz Anne Williams, lembrando que os quebra-cabeças passaram até a ser alugados como passatempo em livrarias e farmácias a um custo de cerca de US$ 0,10 por dia.

O “The New York Times”, em um artigo da época, reforça a tese da autora.”No começo, aquela bagunça de peças não significa nada. Uma pessoa começa a colocar em ordem e em seguida já nota que está construindo algo graças ao trabalho de suas próprias mãos”, publicou, no início de 1930, o jornal americano, conforme é repetido no livro de Anne Williams.

Orson Welles cena do filme Cidadão Kane

Passatempo de reféns

A autora diz ainda que o jogo passou a funcionar, sem querer, como um elo familiar e lembra que virou um ‘clichê’ de que o quebra-cabeça era algo para os solitários por conta de uma cena do filme ‘Cidadão Kane’, quando a mulher de Kane aparece diante de uma mesa com um quebra-cabeça não finalizado. “Aquilo simbolizava a vida, sem sentido, que ela levava”, escreve Anne.

“Nas férias e fins de semana o quebra-cabeça funcionou como um objetivo único das famílias. Pessoas de todas as idades sentam-se ao redor de uma mesa e começam a montar juntas”, diz ela, que cita ainda documentos de mães de família que conseguiram obter informações particulares dos filhos enquanto montavam um quebra-cabeça, justamente pelo momento de conforto em que se encontravam montando o jogo.

“Além da família, foi um quebra-cabeça o pedido feito por sequestradores e reféns em abril de 1997. Na ocasião, integrantes do grupo guerrilheiro Movimento Revolucionário Tupac Amaru invadiram a residência do embaixador do Japão, em Lima, no Peru, durante uma festa com dezenas de diplomatas presentes. Mais de 100 dias de negociações frustradas, foi pedido um quebra-cabeça de 2 mil peças para que os 72 reféns pudessem ter um passatempo e não ficassem tão estressados com as negociações, que não avançavam para um final feliz.

Anne Williams revela ainda outro exemplo da importância do quebra-cabeça ao contar que o cientista Albert Einstein utilizou o jogo para começar a mostrar suas habilidades de criação ainda criança, “quando tinha dificuldades de se comunicar na escola”. A autora revela que o jogo ajuda pessoas com Mal de Alzheimer e lembra que o ex-presidente Ronald Reagan brincou com quebra-cabeça no ensino de sua filha Maureen e também para uso próprio, quando passou a sofrer da doença.

Fonte:
Artigo no site Globo.com »

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Um abraço,

[icon icon=icon-puzzle-piece size=20px color=#4A276B] Petras

 

4 comments

    Eu montei um quebra cabeça de 6048 peças, é uma paisagem do Vaticano, montei em cima de uma MDF com a medida certa do quadro depois colei com cola normal brilhante porque acho que a durabilidade é maior. Mandei emoldurar e está na parede lindo de morrer. Estou pensando em montar outro mas não sei se tenho coragem.

      Oi Isabel!

      Tomara que você se anime para montar outro, mas enquanto não tiver coragem para os grandões, se divirta com os de menores peças! 🙂

      Um abraço,

      Dani

    Bom Dia Eu me chamo Teresinha e tenho 77 anos. A muitos anos sou fã dos Quebre Cabeça, Sempre procuro dar de presente alguma coisa do ramo, ou eles próprios. Já montei o Zodíaco 5 mil peças, e muitos outros de 2 mil peças, de mil peças e aí vai. agora na pandemia que tivemos que enfrentar eu, minha filha e meu genro montamos dois quebra cabeça de 3 mil peças. O primeiro foi Fazenda Americana, ficou lindo já esta na moldura feita pelo meu genro Edegar. o segundo é Castelo Encantado(castelo de Neuschwanstein). Este deu um pouco mais trabalho, mas esta pronto, já estou passando cola. Eu achei que um verniz protegeria melhor, mas estou vento que todos passam mesmo a cola. Parabéns pelo teu trabalho.

      Oi Teresinha querida!
      Que delicia ler sobre você e os puzzles! Como eles são uma boa companhia, né?
      Com relação ao verniz, acreditamos que a cola seja a melhor solução mesmo. Aqui na Puzzle Me temos alguns enquadrados e só utilizamos cola, nunca tentamos verniz.
      Queremos saber os próximos puzzles, pode sempre nos contar!
      Um beijo grande em você, na filha e um abraço ao genro!

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